quarta-feira, 23 de junho de 2010

E segue a caça às baleias

FONTE: http://amarnatureza.org.br/

As negociações sobre o futuro da pesca comercial das baleias praticamente fracassaram nesta quarta-feira, em Agadir, Marrocos, com muitos membros da Comissão Internacional da Baleia (CIB) pedindo um período para se “esfriar os ânimos” antes da retomada do diálogo.
“A proposta sobre a mesa para este encontro é letra morta”, disse Gert Lindermann, comissário alemão na CIB. “Nós concordamos que precisamos de um período para ‘esfriar’, para concluir se há prontidão de fato para se buscar um compromisso.”
O principal negociador brasileiro no encontro, o diplomata Fábio Pitaluga, disse que era preciso “deixar o documento de lado no momento”. “Nós precisamos de uma pausa.”
O delegado dos EUA disse que houve “falta de habilidade” para se buscar um “novo paradigma” sobre o tema. Também afirmou que houve “falta de maturidade política” no processo.
Desde segunda-feira, os 88 membros da CIB debatem um rascunho que pode encerrar uma moratória de 24 anos na caça comercial à baleia pelos próximos 10 anos. Em troca, deve haver cortes progressivos no número de baleias mortas no período.
A Islândia, a Noruega e o Japão usam atalhos legais para caçar baleias, ignorando na prática a proibição em vigor desde 1986. Esses países caçaram mais de 1.500 baleias apenas na temporada 2008-2009. O Japão caça baleias todos os anos a título de pesquisa, mas essa carne acaba sendo comercializada.
As negociações vão até a sexta-feira e vários delegados concordam que não há praticamente nenhuma chance de se chegar a um acordo antes do fim do encontro. A negociadora japonesa, Yasue Funayama, concordou que “não há perspectivas para um acordo”. Segundo ela, a tentativa de alguns países de proibir todo tipo de pesca, liberando apenas a realizada por indígenas, “cria um impasse”.
O diplomata neozelandês Geoffrey Palmer criticou as conversas em tom “rancoroso, acusatório”. Segundo ele, a falta de uma reforma na CIB pode ser “fatal” para o organismo. “Esse tratado é sobre conservação de baleias…ou é um tratado sobre a exploração comercial das baleias?”, questionou. “E ele pode acomodar as duas visões?”, perguntou aos colegas de outros países. As informações são da Dow Jones.

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